Arte inspira, Inhotim inspira

 
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A experiência de caminhar pelos 140 hectares do Instituto Inhotim é algo que merece ser vivido.  O maior museu a céu aberto do mundo está em constante transformação, e uma coisa é certa: as obras expostas ali tocam a alma da gente. Localizado em Brumadinho - MG, o local já recebeu mais de 3 milhões de pessoas e é um dos principais destinos turísticos e culturais do Brasil. 

O  acervo botânico do Inhotim traz uma riquíssima coleção de palmeiras, antúrios, filodendros, bromélias e agaves. O orquidário é um dos locais encantadores do museu. A beleza e diversidade das orquídeas são um prato cheio para designers de estampas. O espaço fica às margens de um lago e abriga várias espécies, incluindo algumas em risco de extinção e outras que são cruzamentos de espécies diferentes. Uma loucura de lindo!

Junto de tudo isso, Inhotim possui um ecossistema povoado também por obras de arte. O Instituto conta com um acervo de arte contemporânea em exposição formado por pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de cerca de 60 artistas, de 38 países diferentes, totalizando 560 obras em exposição atualmente. Produzidos desde os anos 1960 até os dias atuais, os trabalhos estão dispostos ao ar livre no Jardim Botânico do Inhotim ou exibidos em galerias.

São muitas obras, vamos citar as que a gente mais ama:

Como seria estar dentro de um quadro do Hélio Oiticica? 

Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5(1977) foi construída postumamente, a partir das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas, maquetes e amostras. Aqui, a cor – outro elemento fundamental na produção de Oiticica – atinge a escala ambiental, na articulação de nove paredes em alvenaria, tinta acrílica, tela de arame e vidro. A presença da luz natural com as mudanças que sofre ao longo dos dias completa a obra, modificada a cada instante.

Arte em forma de clareira 

Vegetation Room é uma obra concebida especificamente para uma clareira na mata do Instituto Inhotim. Como definiu a artista Cristina Iglesias: “Construí uma sala vegetal sem teto, a céu aberto no meio da floresta, com paredes de aço inoxidável, que refletem a natureza e, portanto, desaparecem, se camuflam”. O trabalho consiste em uma estrutura espelhada, cujo interior lembra um labirinto. Nem todos os espaços são acessíveis, sendo preciso olhar para fora, para o entorno, para encontrar a próxima porta. A relação entre escultura e arquitetura permeia a produção da artista e serve como ponto de partida de seus trabalhos, que têm como referências à literatura fantástica do século 19 e à ficção científica.

Imersiva, surpreendente, encantadora

Uma sala de estar onde o visitante se perde na luz. Yayoi Kusama ilumina o espaço com luz negra e distribui adesivos metalizados em todas as superfícies, paredes, mobiliário e objetos, fazendo os corpos dos espectadores desaparecerem no ambiente ou, como ela costuma dizer, se “obliterarem”. O trabalho I’m here, but nothing é mais uma daquelas peças que a artista prega.

Experimentação

As obras da Galeria Cosmococa transformam projeções de slides em instalações ambientais que submetem o espectador a experiências multisensoriais. Quando morou em Nova York, no início dos anos 1970, Hélio Oiticica trabalhou em parceria com o cineasta Neville D’Almeida na criação de instalações pioneiras chamadas de quasi-cinemas. Em Inhotim, essa dupla criou cinco Blocos-Experiências que causam uma mistura intensa de sensações. O visitante se sente como uma criança descobrindo o mundo

Não se esqueça de levar a toalha

O artista argentino Jorge Macchi produz aquarelas que retratam objetos banais reimaginados em situações surrealistas, refletindo diferentes estados psicológicos. Demorei a acreditar quando me contaram, pasmem, mas em Inhotim, o artista criou a escultura Piscina. Dá para tomar banho e tudo.

Nossa grande paixão

Desvio para o Vermelho é um dos trabalhos conceituais mais complexos de Cildo Meireles, está em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si, o primeiro deles (Impregnação) nos deparamos no interior de uma casa com móveis e objetos em tons de vermelho, tudo posicionado de forma impecável. No ambiente seguinte (Entorno) temos um corredor com o piso preto e um pequeno frasco caído, de onde escorre um líquido vermelho, e no terceiro ambiente (Desvio), temos um ambiente escuro com uma pia branca de onde cai um líquido, ao nos aproximarmos vemos que a pia está toda respingada de um líquido vermelho que nos remete ao sangue, ou seja, uma pia que jorra sangue.

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Inhotim foi apresentado pela primeira vez ao público em setembro de 2004 e, no ano seguinte, iniciou uma agenda de visitas para atender à rede escolar da região de Brumadinho e a grupos específicos. Em outubro de 2006, com estrutura completa para sua inauguração ao grande público, a instituição abriu as portas para visitas em dias regulares, sem a necessidade de agendamento.  

A coleção botânica e acervo de arte contemporânea de Inhotim são utilizados sistematicamente para projetos educativos e para a formação de profissionais de áreas ligadas à arte e ao meio ambiente.

www.inhotim.org.br

@inhotim 

 
Mila Petryartistas1 Comment